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Mostrando postagens de maio, 2025

Primeira apresentação

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Ficha técnica

COORDENAÇÃO  E PREPARAÇÃO VOCAL - LÚCIA HELENA WEISS   DIREÇÃO MUSICAL, ARRANJOS E VIOLÃO -  ALEXANDRE NOGUEIRA   VIOLÃO – NÚBIO QUARESMA   PERCUSSÃO – ARTHUR SCOFIELD E CRIS SCOFIELD   ROTEIRO - DENISE VILARDO  E LETICIA CAMPOS   FLYER – ARTE IVI DIAS

Arthur, Cris, Alexandre, Núbio e Lúcia Helena

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Sarau na Casa de Luzia - dez. 2024

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Todas as letras e poemas são de autoria de Hermínio Bello de Carvalho

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    Roteiro e parcerias  

AMIGO É CASA

  Amigo é feito casa que se faz aos poucos e com paciência pra durar pra sempre Mas é preciso ter muito tijolo e terra preparar reboco, construir tramelas Usar a sapiência de um João-de-barro que constrói com arte a sua residência há que o alicerce seja muito resistente que às chuvas e aos ventos possa então a proteger   E há que fincar muito jequitibá e vigas de jatobá e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar que os cabelos brancos vão surgindo Que nem mato na roceira que mal dá pra capinar   e há que ver os pés de manacá cheinhos de sabiás sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis choro de imaginar! pra festa da cumieira não faltem os violões! muito milho ardendo na fogueira e quentão farto em gengibre aquecendo os corações   A casa é amizade construída aos poucos e que a gente quer com beira e tribeira Com gelosia feita de matéria rara ...

ALVORADA

     Alvorada lá no morro, que beleza Ninguém chora, não há tristeza Ninguém sente dissabor O Sol colorindo é tão lindo, é tão lindo E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo   Alvorada   Alvorada lá no morro, que beleza Ninguém chora, não há tristeza Ninguém sente dissabor O Sol colorindo é tão lindo, é tão lindo E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo   Você também me lembra a alvorada Quando chega iluminando Meus caminhos tão sem vida E o que me resta é bem pouco, quase nada De que ir assim, vagando Numa estrada perdida   Alvorada   Alvorada lá no morro, que beleza Ninguém chora, não há tristeza Ninguém sente dissabor O Sol colorindo é tão lindo, é tão lindo E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo   Alvorada   Alvorada lá no morro, que beleza Ninguém chora, não há tristeza Ninguém sente dissabor O Sol colorindo é tão lindo, é tão lindo E a natureza sorrindo, t...

VOU VIVENDO

    Meu coração foi de bar em bar Se perdeu, nunca mais se achou Foi vivendo assim Sem ter ninguém para dizer um boa noite E a penúltima nem tomou Nem deu conta quando um garçom O cobriu com uma noite de estrelas para ele dormir E pelos bares por onde andei Quantos copos eu já quebrei Ao brindar muita paz e a Deus rogar aos amigos saúde Quantos se foram sem um adeus Se grudando nos versos meus Como cacos de vidros espalhados No meu coração Sonhou que era um chorinho Tocado carinhosinho Pediu então um chopinho Bem caprichado na pressão E veio bem geladinho Espuma no colarinho Ah! seu garçom vai com jeitinho Pede outro chorinho sem sair do tom Meu coração vai vivendo assim Mendigando de bar em bar Uma esmola qualquer De uma palavra, de um gesto ou carinho Velhos amigos quero rever Vendo à noite se transformar Numa rede que vai entre nuvens me adormecer   Em cada bar Que eu passei Eu lavrei a inscrição Troux...

MUDANDO DE CONVERSA

  Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à beça Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar   Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma Perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba Me perdi de mim, não achei mais nada O que vou fazer? Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você De dizer as coisas que se acumularam Que estão se perdendo sem explicação E sem mais razão e sem mais porque   Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à beça Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar     Com...

CANTORIA

    Amar é um dom, há que saber o tom E entoar bem certo a melodia O povo enxerga a luz de uma voz sincera E canta com ela em sintonia Cantar é uma luz, um enfunar de velas É compreender a canção como um navio Que vai zarpando, ignorando mapas Tocando as águas que nem harpas Por conta do destino   Compor, saibam vocês, é mais que um desatino Esmiuçar a dor, fio a pavio Ofício que deságua o sofrimento É escoar-se inteiro como um rio E eu me ponho a compor feito um cigano Que busca noutra luz seu próprio lume E me pergunto quem é mais insano Se eu, um rouxinol Se tu, um vaga-lume       Composição: Hermínio Bello de Carvalho /Paulinho da Viola

MAS QUEM DISSE QUE EU TE ESQUEÇO

    Tristeza rolou dos meus olhos De um jeito que eu não queria E manchou meu coração Que tamanha covardia   Afivelaram meu peito Pra eu deixar de te amar Acinzentaram minh'alma Mas não cegaram o olhar   Afivelaram meu peito Pra eu deixar de te amar Acinzentaram minh'alma Mas não cegaram o olhar   Saudade, amor, que saudade! Que me vira pelo avesso E revira meu avesso   Puseram a faca em meu peito Mas quem disse que eu te esqueço Mas quem disse que eu mereço   Saudade, amor, que saudade! Que me vira pelo avesso E revira meu avesso   Puseram a faca em meu peito Mas quem disse que eu te esqueço Mas quem disse que eu mereço     Composição: Hermínio Bello de Carvalho/ Dona Ivone Lara

NOITES CARIOCAS

    Sei que ao meu coração só lhe resta escolher Os caminhos que a dor sutilmente traçou Para lhe aprisionar Nem lhe cabe sonhar com o que definhou Vou me repreender pra não mais me envolver Nessas tramas de amor Eu bem sei que nós dois somos bem desiguais Para que martelar, insistir, reprisar Tanto faz, tanto fez Eu por mim desisti, me cansei de fugir Eu por mim decretei que fali, e daí? Eu jurei para mim não botar nunca mais Minhas mãos pelos pés   Mas que tanta mentira eu ando pregando Supondo talvez me enganar Mas que tanta crueza Se em mim a certeza é maior do que tudo o que há Todas as vezes que eu sonho É você que me rouba a justeza do sono É você quem invade bem sonso e covarde As noites que eu tento dormir meio em paz   Sei que mais cedo ou mais tarde Vou ter que expulsar todo o mal Que você me rogou Custe o que me custar Vou desanuviar toda a dor que você me causou Eu vou me redimir e existir, mas ...

COBRAS E LAGARTOS

    Nunca mais vai beber minhas lágrimas Não vai, não Me fazer de gato e sapato Não vai mesmo não Se eu choro, me lanho, me arranho Não é de saudade (suponho que não...) É uma dor que emudece aqui dentro o meu coração   Se eu lembro de tuas palavras Me vem suor E o sangue me sobe A cabeça esquenta E eu fico pior Me devolvo os meus travesseiros E perco o meu sono Que coisa ruim Eu só sei que a imagem dele Pregada na insônia Não desgruda de mim     Composição: Hermínio Bello de Carvalho/Sueli Costa

ALECRIM

    Guarda bem este raminho de alecrim Que eu plantei cá dentro do meu coração Faz de conta que é uma rosa ou um alfenim Um beija-flor que veio a nós pra dizer: "tem medo não"   Essas coisas acontecem mesmo assim Vão chegando por chegar Se esquecendo de avisar   E talvez nesse querer se aprochegar Tenho medo que não possam escapulir-se Da prisão que é meio domiciliar Mas que tem jeito de lar E é cercada de jardim   Pra se resguardar as folhas do alecrim É melhor deixá-lo assim Meio que entregue a Deus     Composição: Hermínio Bello de Carvalho/ Cristóvão Bastos

ESTRADA DO SERTÃO

  Coisa que não arrenego nem tão pouco desapega ter gostado de você foi gostar desenchavido encruado e recolhido de ninguém se aperceber   Matutando vou na estrada nos meus óios a passarada faz um ninho pra você juriti espreita triste a jandaia não resiste chora junto por você   Nos teus óios faz clarão é um verde, um azulão tiê sangue furta cor que me dá desassossego que me suga que nem morcego, mangando que é beija-flor   Não me encrespe a vida assim já me basta o que de mim essa vida caçoou não me faz essa graçola de me abrir essa gaiola pra depois não me prender.   Canta firme juriti vê se entoa uma canção sabiá me roça aqui bem junto do meu coração pousa aqui meu colibri vê se tu tem pena d´eu quero ser teu bacuri quero ser de vóis meçê   Quanto mais me desfeiteia, me despreza, mais me arrasto pra você.   Composição: Hermínio Bello de Carvalho / João Pernambuco ...

CAMARIM

    No camarim as rosas vão murchando E o contrarregra dá o último sinal As luzes da plateia vão se amortecendo E a orquestra ataca o acorde inicial   No camarim nem sempre há euforia Artista de mim mesmo nem posso fracassar Releio os bilhetes pregados no espelho Me pedem que jamais eu deixe de cantar   Caminho lentamente e entro em contraluz E a garganta acende um verso sedutor O corpo se agita e chove pelos olhos E um aplauso escorre em cada refletor   Pisando esta ribalta, cantando pra vocês De nada sinto falta, sou eu mais uma vez As rosas vão murchar, mas outras nascerão Cigarras sempre cantam, seja ou não verão     Composição: Hermínio Bello de Carvalho/ Cartola  

PRESSENTIMENTO

      Ai! ardido peito quem irá entender o teu segredo? quem irá pousar em teu destino? e depois morrer do teu amor?   Ai! mas quem virá? me pergunto a toda hora e a resposta é o silêncio que atravessa a madrugada   Vem meu novo amor vou deixar a casa aberta já escuto os teus passos procurando meu abrigo   Vem, que o sol raiou os jardins estão florindo tudo faz pressentimento que este é o tempo ansiado de se ter felicidade.     Composição: Hermínio Bello de Carvalho/ Elton Medeiros  

FOLHAS NO AR

  Vou buscar aquilo que foi meu E que no mundo se perdeu Qual folhas que o vento soltou no ar Ter a mesma paz de antigamente Sair cantando por cantar Qualquer canção sob qualquer luar Vou buscar aquele amor tão meu Sair andando a perguntar Qual o caminho por onde ele foi E por onde for irei também Até o coração achar Que simplesmente não achou E aí então vou entender Que ao buscar eu me perdi de tudo aquilo que eu sou     Composição: Hermínio Bello de Carvalho / Élton Medeiros