NOITES CARIOCAS

 


 

Sei que ao meu coração só lhe resta escolher

Os caminhos que a dor sutilmente traçou

Para lhe aprisionar

Nem lhe cabe sonhar com o que definhou

Vou me repreender pra não mais me envolver

Nessas tramas de amor

Eu bem sei que nós dois somos bem desiguais

Para que martelar, insistir, reprisar

Tanto faz, tanto fez

Eu por mim desisti, me cansei de fugir

Eu por mim decretei que fali, e daí?

Eu jurei para mim não botar nunca mais

Minhas mãos pelos pés

 

Mas que tanta mentira eu ando pregando

Supondo talvez me enganar

Mas que tanta crueza

Se em mim a certeza é maior do que tudo o que há

Todas as vezes que eu sonho

É você que me rouba a justeza do sono

É você quem invade bem sonso e covarde

As noites que eu tento dormir meio em paz

 

Sei que mais cedo ou mais tarde

Vou ter que expulsar todo o mal

Que você me rogou

Custe o que me custar

Vou desanuviar toda a dor que você me causou

Eu vou me redimir e existir, mas sem ter que ouvir

As mentiras mais loucas

Que alguém já pregou nesse mundo pra mim

 

Sei que mais cedo ou mais tarde

Vai ter um covarde pedindo perdão

Mas sei também que o meu coração

Não vai querer se curvar só de humilhação

 

 

Composição: Hermínio Bello de Carvalho/ Jacob do Bandolim

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