CANTORIA

 


 

Amar é um dom, há que saber o tom

E entoar bem certo a melodia

O povo enxerga a luz de uma voz sincera

E canta com ela em sintonia

Cantar é uma luz, um enfunar de velas

É compreender a canção como um navio

Que vai zarpando, ignorando mapas

Tocando as águas que nem harpas

Por conta do destino

 

Compor, saibam vocês, é mais que um desatino

Esmiuçar a dor, fio a pavio

Ofício que deságua o sofrimento

É escoar-se inteiro como um rio

E eu me ponho a compor feito um cigano

Que busca noutra luz seu próprio lume

E me pergunto quem é mais insano

Se eu, um rouxinol

Se tu, um vaga-lume

 

 

 

Composição: Hermínio Bello de Carvalho /Paulinho da Viola

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