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Mostrando postagens de agosto, 2025

Flor do Resedá - agosto/2025

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Show completo - maio/2025 - CENTRO DA MÚSICA CARIOCA ARTHUR DA TÁVOLA

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Ao Hermínio, com carinho

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Não percam!!!

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Dia 08/08/25, sexta, 20h, no Teatro Brigitte Blair, em Copacabana, tem muita música boa!!!! Todos convidados para o show "Ao Hermínio, com Carinho".

A gente está precisando de muita música e poesia de primeira pra levar a vida. Venham nos ouvir e cantar junto nesta sexta, dia 08/08, às 20h, em Copacabana, no Teatro Brigitte Blair. Só vai ter belezura de Hermínio Bello de Carvalho e seus parceiros no repertório. https://www.facebook.com/reel/558396920595906

Doce de Coco

    Venho implorar Pra você repensar em nós dois Não demolir o que ainda restou pra depois Sabes que a língua do povo É contumaz, traiçoeira Quer incendiar desordeira atear fogo ao fogo Tu sabes bem quantas portas tem meu coração E dos punhais cravados pela ingratidão Sabes também quanto é passageira essa desavença Não destrates o amor Se o problema é pedir, implorar Vem aqui, fica aqui Pisa aqui neste meu coração Que é só teu, todinho teu, o escorraça E faz dele de gato e sapato E o inferniza e o ameaça Pisando, ofendendo-o, desconsiderando O descomposturando com todo vigor Mas se tal não bastar O remédio é tocar Esse barco do jeito que está Sem duas vezes se cogitar Doce de coco, meu bombocado Meu mau pedaço de fato és um esparadrapo Que não desgrudou de mim   Composição: Hermíno Bello de Carvalho / Jacob do Bandolim

Trecho CATAVENTOS

    Hermínio Bello de Carvalho   "Sim, cultivo cataventos. E estou permanentemente cataventando, exposto aos raios e às ventanias, abençoado por meus anjos da guarda desde menino:  Pixinguinha e Cartola, parceiros fúlgidos, luzentes; e Clementina de Jesus, baobá iluminado pelo olhar incandescente de Mário de Andrade, meu farol.  Sigo meu destino pisando um chão coruscado de esmeraldas e estrelas – sina dos poetas”.

POEMA

  Herminio Bello de Carvalho     A lua flutuava num céu despido de estrelas e por entre as nuvens o que se via era um descampado que não tinha fim. Difícil explicar para uma criança o que era um céu e aponto para o infinito e ela diz:   só creio no que vejo e como nada vejo, descreio de tudo - nem na estrela Vesper que tanto admiro. Aponto para o infinito e digo: mas ela está lá! e ela responde: vocês homens mentem demais inventam coisas - e Deus não gosta de mentiras. (E um homem, que a tudo observava, sem nada dizer sobre seu ofício, achegou-se falando em horóscopo, capricórnio, aurora boreal - e ela ria e seu riso era deboche, descrença e descaso) De repente, olha! aponta para o céu - é uma estrela! uma estrela cadente despencando do céu! e os olhos da criança faiscavam - aonde vai cair? vamos procurá-la! E a lua flutuante que nos espreitava entre nuvens prateadas viu o que agora vos conto: a criança afagando uma estrela que...

LABIRINTO

    Hermínio Bello de Carvalho     Acho bonito falar alemão. Por isso, talvez, eu não queira aprender a falar alemão. Se eu falasse alemão as pessoas iriam dizer, simplesmente, "ele fala alemão" e aí perderia toda a graça. A graça está em achar bonito falar alemão.   Por isso, às vezes, eu deixo de fazer algumas coisas. Deixo de dizer que te amo porque dizer que te amo soaria como uma banalidade   a mais nesse mundo cheio de banalidades. E simplesmente me calo, deixo a barba crescer, escrevo poemas para depois apagá-los de minha lembrança e esqueço coisas que seriam inesquecíveis simplesmente porque perdi a capacidade de reter as coisas boas em minha memória.

Prelúdio Nº3 – Prelúdio da Solidão

    Se um passarinho for bicar teu sono saibas que sou eu Sou eu aurora boreal pousando em seus trigais E se uma estrela incandescesse no breus dos teus breus Hás de saber então das trevas que me são mortais Hei de vergar-me então como o mais reles dos plebeus Para dizer-te o quanto o meu amor é tão ateu e herege como os fariseus Que um dia Cristo expulsou do templo sem lhes dar perdão Chicoteando, escorraçando aqueles vendilhões E eu me sinto tal e qual um porco e vil pagão Que nem provou da hóstia o vinho em santa comunhão Mas que roubou sem dó as cordas do teu coração E encordoou-o com elas sua enorme solidão.   Composição: Hermínio Bello de Carvalho / Heitor Villa Lobos  

A Dama Dourada

  Ao cantar Eu chego onde minh’alma sabe ser feliz Distante dos abismos, gritos e fuzis Uma casa avarandada   Vive lá Uma dama que traz a luz do amanhecer Que me sopra o segredo pra ninguém sofrer Resistência e batucada   Laraiá É o som que ela emana dissipando o breu E seu canto tão doce vai se unindo ao meu E eu me sinto abençoada   Por isso o samba tomou conta de mim Colheu flores no jardim Enfeitou a minha estrada   Moldou de um jeito a minha voz Que mesmo cantando a sós Canto a dor de cada voz silenciada   Tingiu com as tintas do luar Minhas roupas, meu olhar Pra que o mal nunca me invada   Depois espantou a solidão E fez do meu coração Um abrigo pro amor fazer morada   E hoje, se entoo uma canção Segurando a minha mão Sinto a dama dourada   Composição: Hermínio Bello de Carvalho / Vidal Assis

Novo Show - Imperdível!

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